D-us, o caos do sistema!


É quase unânime entre os conspiracionistas de plantão a idéia de que alguns seres humanos, todos devidamente ligados a órgãos governamentais de grandes potências, mais especificamente os Estados Unidos, têm o conhecimento da existência de seres interplanetários, os popularmente cognominados ET’s. E só não revelam esse conhecimento para o resto da Humanidade por temor de que um pânico coletivo se instaure na população. Também haveria outros inconvenientes, como um provável estremecimento em alicerces seculares de controle social, como a religiosidade. Segundo esses teóricos da conspiração, os países mais desenvolvidos não apenas saberiam da existência dos extraterrestres, como também manteriam contato com eles a fim de promoverem uma intensa troca de conhecimentos cientifico-tecnológicos. Eu não duvido nada de que isso seja verdade, tampouco de que criaturas ultramundanas existam.

Partindo desse raciocínio que à primeira vista pode parecer meio louco, mas que no final das contas não é tão absurdo assim, me veio um pensamento à cabeça. E se a Humanidade, através de alguns privilegiados, aqueles mesmos que conheceriam a existência de extraterrestres, já possuísse provas científicas de que há um D-us? Motivos para eles não nos relevarem a verdade é o que não faltaria. Imagina se numa bela manhã você liga a TV e vê um grupo de cientistas da NASA reunidos, divulgando terem descoberto provas cabais de que D-us existe. A sua vida, como a de todo mundo, mudaria da água para o vinho, do dia para a noite. As pessoas, certamente, passariam a seguir a Palavra à risca. Abdicariam do bem-estar próprio em nome do próximo. Deixariam de lado prazeres supérfluos, egoístas e materiais. Claro que não fariam isso de coração, nem por fé sincera, mas sim pelo sentimento mais intimidador e revolucionário que um ser humano pode ter: o medo.

Confesso que não sou um profundo conhecedor dos mandamentos divinos, pelo menos não a ponto de citá-los aqui. Mas sei que se todo mundo seguisse corretamente os dizeres de D-us, ou de Jesus, menos carros de luxo, celulares de última geração, roupas de marcas e outras “futilidades” (sic), seriam vendidos. O dinheiro, outrora empregado para satisfazer prazeres pessoais e mundanos, seria usado para promover a igualdade social. Isso, por si só, já seria capaz de provocar um grande colapso no sistema capitalista. Também o forte não poderia se impor ao mais fraco, o que jogaria por terra toda a lógica imperialista americana. Em suma, as pessoas seriam iguais. O que não interessaria nem um pouquinho aos que estão no controle do grande navio sem rumo que é o nosso planeta.

Alguém duvida que os poderosos sejam tão apegados ao poder e ao dinheiro a ponto de preferirem ir para o inferno a revelar uma descoberta que mudaria para sempre a conjuntura que os mantém lá em cima? Eu não duvido.



P.S.: Estou muito longe de ser um religioso ferrenho e exemplar. Esse texto foi apenas um devaneio anarco-conspiracionista.

Democracia, inércia e um dinossauro

Em mais uma de suas inacreditáveis metáforas, Lula afirmou que “tentaram vender osso de galinha para a imprensa, como se fosse uma ossada de dinossauro”. O presidente se referia ao vazamento do suposto dossiê montado pelo Ministério da Casa Civil, sob comando da Sra. Dilma Roussef, denunciando gastos pessoais do ex-presidente FHC durante seu mandato.



Bom, até que dessa vez faz sentido. A Dilma é a cara (e o corpo!) de um centrossauro. Não acham?

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Infâmias à parte... Se o tal dossiê realmente existir, é uma evidência do uso arbitrário e inadmissível de informações sigilosas por parte do Governo Lula. Mas isso todo mundo já sabe. Assim como sabe que dentre todas as coisas inadmissíveis feitas pela trupe de Lula e do PT, esta se encontra entre as menos graves. Isso ameniza alguma coisa? De forma alguma. FHC também aprontou das suas. Não duvido nada que as informações contidas no suposto dossiê apócrifo sejam fidedignas. E o que faremos? Apedrejar Lula e FHC é uma boa. Mas Itamar, antecessor de Fernando Henrique, também não era santo. O Collor então... hum, não preciso nem comentar. Não nos olvidamos do Coronel Sarney que, além de ter sido péssimo (vice) presidente, produziu uma filha bigoduda. Ora, simples! Apedrejemos a todos. E também maldigamos os generais, aqueles malditos. A Jango, Juscelino, Getúlio e todos os outros, roguemos nossas mais terríveis e cruéis pragas. Feito isso, por favor, não nos esqueçamos de sentar nossas bundas confortavelmente no sofá, diante uma bela TV 29” de tela plana ou, quem sabe, um televisor de plasma. E, então, descansemos com a consciência limpa de quem prestou seus deveres cívicos. Depois bastará a nós aguardarmos a próxima eleição, felizes, esperançosos e satisfeitos por vivermos numa democracia e estarmos em indubitável evolução política.

Holanda, o paraíso... da chatice!


Após legalizar o uso de drogas leves e pôr em discussão no Congresso a regulamentação do plantio de maconha, a Holanda há pouco tempo legitimou a prática de sexo em parques públicos. Tá certo que com restrições de horário. Os casais só poderão se entregar aos prazeres lascivos ao ar livre após as 22 horas. Ok... Muita gente que já estava certa de que a Holanda era o paraíso, se convenceu ainda mais.

Eu sempre pensei, talvez por um gosto pessoal meu, já que não vejo muitas vantagens em fumar maconha, que a graça de absorver a fétida fumaça de um baseado estava muito mais na ilicitude da coisa que propriamente nos prazeres proporcionados pela cannabis. E fazer sexo em público, então? Não consigo imaginar que alguém em sã consciência troque o conforto e privacidade de quatro paredes, e as possibilidades oferecidas por uma bela cama king size, pela umidade de uma grama pisada sabe-se lá por quantas pessoas ou, quem sabe, pela aspereza de um tronco de árvore, senão pela sensação, essa sim muito excitante, proveniente do risco de estar sendo observado por alguém, ou de ser interrompido a qualquer momento mediante um guarda importuno. Claro que existem aqueles ecologistas radicais que passam a vida fantasiando trepar agarrados a alguma cerejeira centenária, pouco dando importância a boa emoção do perigo da voluptuosidade explícita. Enfim, acho que a Holanda está fazendo jus a sua condição de estar abaixo do nível do mar, afundando-se cada vez mais rumo a tornar-se um dos países mais chatos do mundo!

Essas avacalhadas medidas “moderninhas” que a Holanda adota, quase que na velocidade de uma por ano, a meu ver, soam mais como uma manobra de marketing visando atrair turismo adolescente do que um sincero desejo de tornar-se um exemplo de vanguarda a ser seguido pelos demais países. Claro que se teria muito a discutir a respeito dos polpudos lucros advindos deste tipo de turismo, ou sobre as “vantagens” (sic) de se legalizar o consumo de drogas ilícitas, mas não quis entrar nesse mérito, pelo menos por enquanto.

O grande erro da Ditadura


Rio de Janeiro, 1968. Aroldo voltava da faculdade para sua casa, na zona sul, a bordo de seu fusca modelo 1966, até ser parado por uma blitz da polícia militar. Ao encontrarem um exemplar de O Capital no porta-luvas do fusca, os policiais detiveram Aroldo para averiguação. Na cadeia, Aroldo foi torturado e humilhado. No mesmo dia, e provavelmente no mesmo horário, João, morador da periferia do Rio, pedreiro, dirigia-se de seu serviço para o barraco onde morava, quando uma patrulha o considerou suspeito, o parou e o revistou minuciosamente. Não foi encontrado nada de incriminador, mas mesmo assim João tomou duas pancadas de cacetete e, a exemplo de Aroldo, também foi detido para averiguação, torturado e humilhado.

Rio de Janeiro, 2008. Aroldo hoje atende pelo nome de Carlos Eduardo e não anda mais de fusca, tem um Astra preto. Mudou-se da zona sul para a barra da tijuca. O Capital foi substituído por um CD pirata do MC Creu, tocado no volume máximo do potente som de seu automóvel. Carlos Eduardo não é mais importunado pela polícia. João agora se chama Washington e trocou os afazeres de pedreiro por uma bandeja de doces e balas que vende no sinal. Washington, ao contrário de Carlos Eduardo, ainda é considerado suspeito e sofre, torrencialmente, com a brutalidade policial.

Há exatos 44 anos os militares chegavam ao poder sob pretexto de debelarem o iminente golpe comunista que, segundo a ótica deles, se configurava. Os generais contavam com o apoio quase que irrestrito das elites, e fizeram o que deles elas esperavam, especialmente nos campos econômico e político. Mas os militares, como bem sabemos, eram militares e, por esta razão, não poderiam deixar de agir como tal. A partir do primeiro Ato Inconstitucional, o AI-1, que possibilitou aos militares cassarem direitos políticos dos cidadãos, declarar Estado de Sítio e controlar o Congresso Nacional, as elites começaram a perceber que os milicos não eram os baluartes da luta contra o comunismo que imaginavam, e temeram o Governo Autoritário que ali começou a se desenhar.

Os filhos das elites, jovens universitários com tendências esquerdistas, organizaram-se em movimentos estudantis ou agremiações políticas clandestinas, e protestaram. Os militares, desta vez, fizeram o que deles as elites não esperavam: não se sujeitaram a elas, pelo contrário, reagiram da pior forma possível. Para combater os protestos, verdadeiras hordas de tropas de choque foram enviadas, todas devidamente munidas de bombas de gás lacrimogêneo, cacetetes, pastores alemães, cavalos e, em alguns casos, tanques. Armas de fogo também foram usadas. A classe média-alta, até então alheia a aspereza da qual são capazes as forças policiais, se viu vítima de prisões arbitrárias, torturas, espancamentos, estupros e mortes causadas por quem sempre a protegeu.

Os pobres, especialmente os moradores de periferias e favelas, sempre sofreram abusos sob a tutela do Estado. Não por protestarem contra o Poder, mas pelo simples fato de serem pobres, o que é ainda pior. Quanto a esta realidade peculiar a todos os regimes que governaram nosso país ao longo dos anos, não vemos palavras de repúdio nos artigos de jornais, tampouco menções em obras ficcionais televisivas. Apenas os folhetins policiais a noticiam, muitas vezes com ares de banalidade.

A despeito de todos os equívocos que cometeu, e foram muitos, como a supressão dos direitos políticos e o envolvimento na Operação Condor, a Ditadura Militar será lembrada e execrada para sempre por historiadores, jornalistas e mini-séries da Globo, pelo grande e imperdoável erro de ter democratizado a repressão policial, uma iniqüidade até então, e até hoje, restrita apenas às classes mais baixas da população.

Partidos, partidos...e mais alguns partidos.

O elevadíssimo número de partidos existentes na política brasileira não encontra, de forma alguma, razão de ser. O caráter ideológico do PT não difere muito das idéias defendidas por outras tantas siglas de esquerda. Assim como o DEM, outrora PFL, possui opiniões concêntricas à de agremiações direitistas diversas. Já o PSDB, por sua vez, concerne ideologicamente com todos os outros partidos, sejam eles de direita, esquerda ou de aluguel. O fato é que todos os partidos querem, acima de quaisquer preceitos ideológicos que defendam, apenas uma coisa: chegar ao poder. E chegar ao poder significa, em suma, controlar os meios pelos quais uma sociedade se desenvolve, sejam eles econômicos ou sociais. Podemos dizer, assim, que os partidos controlam, ou almejam controlar, o nosso presente e, o mais assustador de tudo, o nosso futuro. O Estado, este famigerado organismo em imanente situação pré-falimentar, é, no fim das contas, apenas o meio pelo qual os partidos se utilizam para apascentar nossas vidas.

O problema reside no fato de as pessoas saberem, não de forma tácita, mas conscientemente, das reais intenções dos partidos políticos, e, mesmo assim, os defenderem com unhas e dentes. Podemos ver exemplos disto em bares, esquinas, fóruns de discussão do Orkut, sofás de casas de família e etc. No cerne de tantos debates políticos cotidianos estão, indefectivelmente, PT e PSDB. Agora, eu pergunto: que diferença faz a sigla política que está no Governo no momento, se algo que lhe pertence, ou seja, o seu próprio destino, está nas mãos deles, e não nas de quem sabe, ou deveria saber, o que é melhor para si? Faz mesmo tanta diferença assim ser controlado por um partido de duas ou por um de quatro letras em sua sigla? Não, não faz! A sua liberdade, a minha liberdade, a nossa liberdade, de qualquer maneira não está conosco, e sim com eles, sejam estes de direita, de centro ou de esquerda.

Tirado qualquer romantismo podemos observar que a democracia nada mais é que a evolução dos antigos regimes monárquicos, onde o poder é exercido por uma pequena elite impenetrável para a maioria da população. Veja bem, evolução, principalmente neste caso, não é necessariamente sinônima de inteligência e progresso. Um rei que comanda um governo permeado de corrupção e que cobra impostos altos sem oferecer em troca serviços dignos à população não se diferencia em nada de um presidente que mantém as mesmas práticas, só porque este último chegou ao poder através da vontade de uma maioria e tem a possibilidade de ser substituído, dali a quatro anos, por outro que, muito provavelmente, manterá os mesmos vícios do anterior.

Há milênios as pessoas vêm abdicando de controlar suas próprias vidas e delegando tal tarefa a reis, imperadores, ditadores, presidentes ou primeiros-ministros. Será que não é chegada a hora de assumirmos nós mesmos as rédeas de nossos destinos, rompendo com a inércia coletiva perpetuada desde os primórdios da civilização?

Um Ormigrein, por favor.


Ô dorzinha de cabeça mais enjoada... Mas de onde será que vêm as dores de cabeça? Da chatice, suponho. Dor de cabeça, desde minha infância, sempre me lembrou coisas chatas. Tias chatas, amigas da vovó chatas, passeios chatos, visitas chatas, comidas chatas. Tudo isso, de uma maneira mais ou menos intensa, sempre me causou dor de cabeça.

E que cor a dor de cabeça tem? Hum, pergunta difícil essa. Primeiro porque depende do tipo de dor de cabeça. Por exemplo, se é enxaqueca ou dor de cabeça normal. Enxaqueca tem cor forte, um roxo ou vermelhão puxando pro vinho, mas também pode ter cores frias, tudo depende da situação em que se dá a enxaqueca. Em dias frios, enxaquecas causadas por ventos gélidos, obviamente ela terá uma cor fria, como um azul gelo. Já enxaquecas causadas por sol na cabeça tem cores fortes, como as que citei de exemplo acima. As dores de cabeça comuns possuem cores mais suaves, como o rosa, ou um verdinho entre o perereca e o verde folha. Ah, não posso deixar de dizer que dores de cabeça, ou enxaquecas, causadas por fome são sempre amarelas. Mas há quem discorde. O REM, uma banda de rock, tem uma música, que eu não me lembro o título agora, que diz que dor de cabeça é cinza. Talvez a maioria das pessoas concorde com o REM, pois cinza sempre lembra algo penoso e enfadonho. Mas essa é uma visão bastante comum, ou seja, não serve.

Quanto tempo dura uma dor de cabeça? Outra pergunta subjetiva, como a da cor. Depende muito, pelo menos pra mim, da idade em que se ocorre a referida dor de cabeça. Na infância, na minha infância, as dores de cabeça pareciam infinitas, principalmente quando eram enxaqueca. Já nos dias atuais, no auge dos meus vinte e poucos anos, as dores parecem durar menos, bem menos... às vezes, nem as noto irem embora. Vivia minhas dores de cabeça muito mais intensamente quando era pequeno, eram momentos de dor, de sacrifício, de paciência, enquanto hoje são apenas dores de cabeça... enjoadas.

Inaugurando...

Clap, clap, clap!